terça-feira, 2 de janeiro de 2007

JUDIT POLGAR


Judit Polgar é uma enxadrezista , considerada a melhor jogadora mulher de todos os tempos. Nasceu em 23 de julho de 1976 em Budapeste, Hungria.
Começou a jogar xadrez com cinco anos de idade. Em 1988, tornou-se a primeira mulher a vencer o campeonato mundial para menores de 12 anos. Na mesma época ganhou a medalha Olímpica com a irmã Susan, feito repetido dois anos depois, na Olimpíada de 1990.
Aos 15 anos, Judit bateu o recorde de Bobby Fischer, ao tornar-se a mais jovem Grande Mestre Internacional da história. E em 1993, com apenas 17 anos, venceu o ex-campeão mundial Boris Spassky por 5 ½ - 4 ½, em uma série de 10 partidas.
É, portanto, uma jogadora extremamente precoce.
Líder do ranking feminino desde 1988, Judit iniciou então uma ascensão fulminante que a levou a estar entre os 10 melhores jogadores do mundo.
Certa vez, o número 1 do xadrez mundial Garry Kasparov dissera que poderia jogar contra qualquer mulher do mundo, dando uma vantagem material de um cavalo, que mesmo assim ganharia a partida. Depois do aparecimento de Judit Polgar, Kasparov já não afirma mais o mesmo.
Em 2005 ela disputou o Campeonato Mundial de Xadrez na Argentina.
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Judit Polgar: a rainha do tabuleiro

”Um gênio não nasce, ele se faz!”

Por David Llada
A húngara Judit Polgar invadiu com eficácia à elite deste esporte quando, com 15 anos, alcançou o título de grande mestra internacional, derrubando as marcas estabelecidas por mitos como Bobby Fischer ou Garry Kasparov. Atualmente compete no mais alto nível, e já conseguiu os dois objetivos principais que havia determinado tempos atrás: o primeiro, conquistar um posto entre os dez primeiros jogadores do ranking mundial (agora é oitava – na lista de 1º de janeiro de 2004). O segundo, derrotar Kasparov.
Polgar, o experimento
A história de Judit Polgar, e de suas duas irmãs Sofia e Susana – também enxadristas - é a de um experimento pedagógico. Seus pais decidiram não matriculá-las no colégio e então educá-las por sua própria conta. Isso acarretou à família Polgar alguns problemas com as autoridades e, em uma ocasião, a polícia chegou a apresentar-se em sua casa para obrigar a irmã do meio – Sofia – a freqüentar as aulas.
A tese defendida por seu pai, Lazlo Polgar, é a que “um gênio não nasce, ele se faz!”, e o campo eleito para demonstrar esta afirmação foi o xadrez. Lazlo tinha a certeza que com a formação adequada, suas filhas poderiam chegar a competir com os melhores jogadores do sexo oposto. E o sucesso aparece a olhos vistos.
Mas Lazlo ainda queria levar ao fim uma segunda fase em seu experimento: adotar outros filhos e, educando-os com o mesmo método, conseguir que eles alcançassem os mesmos resultados. Desta forma provaria que o sucesso e a inteligência são puramente uma questão de educação, sem que a genética ou o sexo tenha algo a ver com isso.
Infelizmente, não pôde levá-la ao fim: “Ocorreu que com três filhas já era o suficiente para isso, e as circunstâncias não lhes permitiam assumir a responsabilidade de adotar mais três” - explica Judit. – “Já não tinham a idade adequada, e com três filhas com uma carreira como a nossa seria impossível dedicar-lhes a atenção necessária”.
Três campeãs
As três pequenas enxadristas se tornaram famosas imediatamente após suas primeiras conquistas: em seu país, eram consideradas um autêntico fenômeno. Susana, inclusive, chegou a ser campeã do mundo na categoria feminina.
Mas, foi a menor, Judit, quem alcançou maior fama. Em parte, por se negar a disputar torneios exclusivamente femininos, por considerar absurda a separação das categorias por sexo no xadrez. “As mulheres jogam pior o xadrez simplesmente por uma questão cultural, não existem outras razões que justifiquem essa inferioridade”, argumenta a húngara.
Sua corajosa atitude, apoiada por seus belos resultados, a transformou em um símbolo do feminismo no inicio dos anos noventa. Mas, Judit se posiciona assim ao fato de ser uma das poucas mulheres que triunfam neste esporte: “É que existem poucas garotas, é um problema cultural, porque as crianças são encaminhadas para diferentes atividades segundo seu sexo; é normal presentear os meninos com um carrinho e as meninas com uma boneca. Às vezes são os pais que desviam as meninas do xadrez, mesmo que elas gostem do esporte, por considerá-lo uma atividade competitiva”.
Kasparov tem opinião parecida: “Durante milhares de anos, na maioria das culturas, as mulheres se viram relegadas a um papel passivo. Não se pode mudar uma sociedade da noite para o dia, e é por isso que ainda custa um pouco para as mulheres adaptarem-se a um ambiente fortemente competitivo”. Mas o certo é que o russo já viu poeira frente à pequena Polgar. “Foi como tocar o céu”, disse Judit a respeito de sua desejada vitória.
Sua mascote: Judit, casada com um veterinário, sempre gostou dos animais. Mas, há vários meses, acomoda em sua casa uma mascote muito especial. Trata-se de um dos pacientes de seu marido no zôo de Budapeste: um filhote de leão, que necessitava de alguns cuidados extras.
Hobbies: “Sou tranqüila. Geralmente não gosto de sair à noite, nem ir a bares ou discotecas. Prefiro ir ao cinema ou ao teatro”, confessa Judit. Mas, seu principal hobby é ir às compras, geralmente com sua mãe, que a acompanha em quase todas as viagens. Sua casa está cheia de souvenires de lugares como África, Indonésia, China, Suécia e Espanha – onde esteve em muitas ocasiões.
Anedota: Ser a única mulher entre tantos homens já provocou uma ou outra situação curiosa. “Foi divertido quando, faz alguns anos, deparei-me no torneio de Linares com Gary Kasparov no banheiro feminino” – recorda entre risadas . “Acontece que como não costuma haver mulheres nos torneios de elite, utiliza-se um ou outro banheiro indistintamente”.
Fonte: site de David Llada